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Guerreira

Guerreira

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um lobo solitário

A solidão me acompanha,
Por onde quer que eu vá.
Como um lobo solitário,
Correndo em noite de luar.

E longe de mim,
Tudo está como deve ser.
Pessoas fracas e submissas,
Lutando pelo direito de viver.

São peças descartáveis,
Com vida útil e durabilidade.
Partes dessa grande máquina,
Que se chama Sociedade.

Levam a vida inteira aprendendo...
Que ironia cruel e amarga.
Porque quando finalmente chega a hora de testar,
Não há mais tempo pra nada.

E aqui,
Longe de tudo,
Meu lobo corre pela estrada.
É noite de lua cheia...
E eu não tenho parada.

Eu quero dar um trago na bagana.
E voar, nem que seja em pensamento.
Por vales, rios e planícies...
Quero parar o tempo.
E viver hoje!
Como se o amanhã não existisse.

Eu quero amar.
Encontrar calor em qualquer corpo.
Ser são estando louco.
Pois acredite,
Vi minha vida se esvaindo em gotas.
Gotas salgadas de pura dor.

Eu quero ver o sol se pôr.
Sob uma árvore em tarde de outono,
A beira mar de uma estrada sem retorno.
Longe de tudo e de todos.

Quero montar numa Harley,
Sentir o vento contra o rosto...
O calor da estrada,
Consumindo meu corpo,
E queimando meu passado.
E ver tudo sumindo no retrovisor ao fim da estrada...
O amanhã não existe.

Não sinto mais o tempo que passou.
Não ouço mais a palavra que foi dita.
Não vejo mais meu reflexo no espelho.
Não mais...

Sinto-me morto em vida.
Sinto frio em meio ao calor.
Sinto tristeza em meio à alegria.
Sinto ódio, em meio ao amor.

O futuro repete o passado.
O presente já não existe mais a cada segundo que se passou.
O tempo voa.
Escorre por entre os dedos.

Tudo é nada.
E o nada tem mais sentido.
Pois o “tudo” tornou-se pouco.
Tornou-se, nada.

Vi o céu caindo...
Antes mesmo do sol se pôr.
E o Apocalipse destruindo a Terra.
O mundo dentro de mim.

E do amanhã,
Nada se fez.

Pois pense:
O que você faria se soubesse que o próximo segundo não irá existir?

Viva!
E morra,
Se preciso for.
Cada segundo,
Como se o amanhã não existisse.
O amanhã não existe.
Apenas - Por você - Respiro

Te vejo.
E por isso, me tornei cega.
Te ouço.
E por isso, não ouço mais.
Te sinto.
E por isso, há muito tempo que não sinto mais nada.
Não existo mais.
Apenas respiro.
E a cada suspiro,
Uma dor se esvai.
Desintegrando meu ser,
Que pouco, a pouco, se vai...
Vagando...
Em busca da morte.
Em busca de paz.
Pois sem existir,
Apenas respiro.
Na ânsia de morrer,
É por você que ainda vivo.
Por você amo.

Por você sinto.
Por você vejo.

Por você vivo.
Por você ouço.
Pra você digo:
Apenas, por você, respiro.

sábado, 18 de abril de 2009

Dizem...

Dizem que os olhos são o espelho da alma.
Mas isso não quer dizer nada.
Ou então os cegos não teriam alma.
E as vezes os que tem olhos não querem enxergar.
E quase sempre os que enxergam as vezes não a têm.

Dizem que o amor vem do coração.
Mas isso também não quer dizer nada.
Porque o coração é apenas parte dessa carcaça.
E poucos sabem que o amor é muito mais do que uma breve palavra.

Dizem que sorte tem quem acredita nela.
Mas isso quer dizer menos ainda.
Pois eu acredito e não tenho.
E você? Acredita?
E por acreditar você tem?
Sorte sua...

Dizem... Não.
As palavras não dizem.
Apenas são ditas.
Sopradas ao vento,
Por bocas malditas.

Dizem que o dinheiro não compra a felicidade.
Realmente...
Não compra.
Proporciona.

Dizem que a fé move montanhas.
Mas não move.
Ela te mostra o caminho e te dá as armas pra lutar.
Você é quem deve vencer os obstáculos.

Dizem... Não.
As palavras não dizem.
Apenas são ditas.
Sopradas ao vento.
Por bocas malditas.
Que levam a vida inteira dizendo.
E só no fim,
Se dão conta de que era preciso ter agido.