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Guerreira

Guerreira

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Espero que nunca se esqueça de olhar...

É apenas uma estrada deserta...
Olho para frente e para traz,
Tudo parece tão distante...
E eu não vejo você.
Então percebo que estou só.

E nada mais me importa.
Porque nas noites frias...
Eu ainda te chamo,
Mas nunca ouço uma resposta.

Permaneço no vazio, do silêncio,
Sem você.
E sinto uma dor tão grande...
Tenho vontade de morrer.

Lembro do teu corpo quente...
Consigo senti-lo, ás vezes.
Sei que voltaria se eu pedisse.
Mas não posso.
Não tente.

Sei que jamais poderei matá-lo.
Mesmo que apenas dentro de mim.
Não se mata algo tão forte.
Apenas se morre, acreditando ser um fim.

As lágrimas escorrem pelo meu rosto.
E matam a sede da terra.
E apesar dessa dor,
Eu não paro de caminhar.
Queria cair!
Mas minhas pernas não me obedecem...
Eu queria morrer nos teus braços...
Mas você não está aqui.

E esta noite o céu está azul...
Tão azul quanto naquele tempo.
E espero que esteja olhando agora.
Pois sei que restará algo que sempre compartilharemos.
Nossa história,
Que sempre levarei comigo,
E o céu... Ele sempre estará lá.
Espero que nunca se esqueça de olhar...
Correntes da liberdade

Meus olhos enxergavam apenas imagens distorcidas, sombras em vulto.
Meu corpo estava ali, mas já não conseguia mais controlá-lo.
Dizia palavras sem sentido, mas eram coisas guardadas dentro de mim.
Havia me perdido, porém, me encontrado enfim.

Caminhava sem destino, sem qualquer rumo ou direção.
Mas algo parecia me guiar pelo caminho certo.
Algo que me levava ao teu encontro.
Algo que eu nunca havia experimentado...
Uma brisa suave que acariciava o rosto,
Ao mesmo tempo um fogo, que queimava por dentro, meu corpo gelado.

Percebi que tudo naquele momento havia mudado.
Tive uma súbita compreensão de tudo que me era estranho.
E naquele momento, me senti livre, como jamais sentira antes.

Então parei.
Fechei os olhos e senti tudo girar.
Parecia estar voando...
Sem se quer sair lugar.

E quando abri os olhos,
Vi pessoas sorrindo...
Rostos falsos, apenas máscaras.
Escondendo a verdadeira face,
Com o coração cheio de segredos...
De sonhos mortos...
Repleto de nada.

E ouvi uma voz no meu ouvido a sussurrar:
“Não tente compreender, são animais domesticados, seres sem vida, eternamente acorrentados...”

Sertas pessoas procuram motivos para não viver.
Enquanto outras clamam pela vida, um minuto antes de morrer.
Enquanto você chorava no seu apartamento por motivos insignificantes.
Foi que eu descobri na pele o que realmente era importante.

Aquela voz me disse para continuar caminhando,
Sem se quer jamais olhar para trás.
Que vivesse intensamente...
Esperando pacientemente, o que estaria por chegar.
Que não tentasse mais libertar as pessoas de suas próprias correntes.
Pois precisavam delas para viver.
E guardasse para sempre comigo aquele segredo...
Eu nunca poderia mudar o mundo.
Pois ninguém jamais entenderia o que eu queria dizer.

E tudo seria como sempre foi.
A vida seguiria seu curso.
E você jamais poderia entender.
Pois naquela noite, enquanto você olhava a cidade da janela do seu quarto,
Eu passei pela calçada, mas você não conseguiu me ver.
Simetria do abstrato

Talvez não saiba...
E por mim, jamais saberá.
Sempre desejei lhe ter.
No mais profundo do meu ser.
Na mais estúpida emoção.
Que por vezes, me cegou,
E confundiu meu coração.
Me deixando sem ação,
Sem saber o que fazer.

Tão delicada é a tua pele.
Que muitas vezes quis tocá-la.
Lhe admirava a distância.
Sem que pudesse notar.
E ardia em desejo,
No silêncio, a te olhar.

Meu sangue fervia em tua presença.
Me despertando um lado desconhecido.
Feroz, faminto e preciso.
Que só se revelava para você.
Diferente, estranho, mas bonito.

Muitas vezes quis gritar.
Ou sussurrar no teu ouvido.
Tudo o que está aqui dentro de mim.
Acuado, escondido.
Cada um dos meus desejos,
Dos meus sonhos e conflitos.
Mas tenho medo de dizer, porque para nós é proibido.

Então me calo da ação não cometida.
Do crime que me levaria à prisão.
Fico assim, no silêncio, desejando...
Almejando, de mim mesma, meu perdão.

As palavras me fogem dos lábios.
Os gestos me fogem das mãos.
Não sei o que digo ou faço.
Tudo talvez, seja em vão.

Talvez não saiba...
E por mim, jamais saberá.
Sempre desejei lhe ter.
Num breve espaço de amar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um lobo solitário

A solidão me acompanha,
Por onde quer que eu vá.
Como um lobo solitário,
Correndo em noite de luar.

E longe de mim,
Tudo está como deve ser.
Pessoas fracas e submissas,
Lutando pelo direito de viver.

São peças descartáveis,
Com vida útil e durabilidade.
Partes dessa grande máquina,
Que se chama Sociedade.

Levam a vida inteira aprendendo...
Que ironia cruel e amarga.
Porque quando finalmente chega a hora de testar,
Não há mais tempo pra nada.

E aqui,
Longe de tudo,
Meu lobo corre pela estrada.
É noite de lua cheia...
E eu não tenho parada.

Eu quero dar um trago na bagana.
E voar, nem que seja em pensamento.
Por vales, rios e planícies...
Quero parar o tempo.
E viver hoje!
Como se o amanhã não existisse.

Eu quero amar.
Encontrar calor em qualquer corpo.
Ser são estando louco.
Pois acredite,
Vi minha vida se esvaindo em gotas.
Gotas salgadas de pura dor.

Eu quero ver o sol se pôr.
Sob uma árvore em tarde de outono,
A beira mar de uma estrada sem retorno.
Longe de tudo e de todos.

Quero montar numa Harley,
Sentir o vento contra o rosto...
O calor da estrada,
Consumindo meu corpo,
E queimando meu passado.
E ver tudo sumindo no retrovisor ao fim da estrada...
O amanhã não existe.

Não sinto mais o tempo que passou.
Não ouço mais a palavra que foi dita.
Não vejo mais meu reflexo no espelho.
Não mais...

Sinto-me morto em vida.
Sinto frio em meio ao calor.
Sinto tristeza em meio à alegria.
Sinto ódio, em meio ao amor.

O futuro repete o passado.
O presente já não existe mais a cada segundo que se passou.
O tempo voa.
Escorre por entre os dedos.

Tudo é nada.
E o nada tem mais sentido.
Pois o “tudo” tornou-se pouco.
Tornou-se, nada.

Vi o céu caindo...
Antes mesmo do sol se pôr.
E o Apocalipse destruindo a Terra.
O mundo dentro de mim.

E do amanhã,
Nada se fez.

Pois pense:
O que você faria se soubesse que o próximo segundo não irá existir?

Viva!
E morra,
Se preciso for.
Cada segundo,
Como se o amanhã não existisse.
O amanhã não existe.
Apenas - Por você - Respiro

Te vejo.
E por isso, me tornei cega.
Te ouço.
E por isso, não ouço mais.
Te sinto.
E por isso, há muito tempo que não sinto mais nada.
Não existo mais.
Apenas respiro.
E a cada suspiro,
Uma dor se esvai.
Desintegrando meu ser,
Que pouco, a pouco, se vai...
Vagando...
Em busca da morte.
Em busca de paz.
Pois sem existir,
Apenas respiro.
Na ânsia de morrer,
É por você que ainda vivo.
Por você amo.

Por você sinto.
Por você vejo.

Por você vivo.
Por você ouço.
Pra você digo:
Apenas, por você, respiro.

sábado, 18 de abril de 2009

Dizem...

Dizem que os olhos são o espelho da alma.
Mas isso não quer dizer nada.
Ou então os cegos não teriam alma.
E as vezes os que tem olhos não querem enxergar.
E quase sempre os que enxergam as vezes não a têm.

Dizem que o amor vem do coração.
Mas isso também não quer dizer nada.
Porque o coração é apenas parte dessa carcaça.
E poucos sabem que o amor é muito mais do que uma breve palavra.

Dizem que sorte tem quem acredita nela.
Mas isso quer dizer menos ainda.
Pois eu acredito e não tenho.
E você? Acredita?
E por acreditar você tem?
Sorte sua...

Dizem... Não.
As palavras não dizem.
Apenas são ditas.
Sopradas ao vento,
Por bocas malditas.

Dizem que o dinheiro não compra a felicidade.
Realmente...
Não compra.
Proporciona.

Dizem que a fé move montanhas.
Mas não move.
Ela te mostra o caminho e te dá as armas pra lutar.
Você é quem deve vencer os obstáculos.

Dizem... Não.
As palavras não dizem.
Apenas são ditas.
Sopradas ao vento.
Por bocas malditas.
Que levam a vida inteira dizendo.
E só no fim,
Se dão conta de que era preciso ter agido.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sereníssima

Na noite de chuva,
Sob o clarão da lua.
Sob raios e trovões,
Tua pele estava nua.

As gotas de chuva,
Molhavam o vidro da janela.
Senti um abraço forte, um corpo quente,
Era ela.

Disse: -Venha,
Me dê a tua mão.
Toque meu rosto,
Sinta meu coração.
Bate forte...
Pode sentir?
É o amor que tenho por ti.

Sinta meu corpo sobre o teu.
Deita teu corpo sob o meu.
Beija-me, toca-me.
Faz-me sentir teu.

Faça o calor comigo.
Molhe teu corpo com o meu.
Me beije.
Sou teu.
Seja minha....
Seja eu.

Me dê teu amor,
Todo o teu carinho.
Colarei meu corpo contigo.
Eu te amo, te quero.
Faça amor comigo...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ainda me lembro...

Ainda me lembro...
Teu cheiro, teu toque...
O gosto do teu amor, o perfume da tua cor.
Ainda te levo comigo...
Sempre, por onde vou...

Ainda me lembro...
A janela, como que uma moldura...
Continha a paisagem, tão bela e tão pura.
Os Lírios do campo...
Sim, eu ainda me lembro.

Lembro...
Ao cair da noite...
As gotas de chuva, molhavam o vidro da janela.
As cortinas de seda, cheias de brancura...
Que de tão brancas, refletiam a luz das velas.

Você estava lá.
Me abraçou.
Eu senti você.
Sei que estava lá.
Pude sentir teu coração batendo mais forte.
Tão próximo do meu...
Nós, estávamos lá.

Eu me lembro...
Você me tomou nos braços, beijou-me.
Deslizou tua mão sobre mim.
Quente e tremula.
Tão quente, e tão tremula...
Tinha medo, pude sentir.

Mas senti também, seu amor por mim.
Sim, eu pude sentir.
Pude tocá-lo.
Pude vê-lo.
Pude ouvi-lo.
Pude sentir.
E me lembro dele.
Eu ainda me lembro...